segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

1.ª Sessão

A apresentação destas duas sessões não se encontra por ordem cronológica. O post anterior refere-se à segunda sessão, onde foi criado este blog. Aproveitei e apresentei os conteúdos a desenvolver e objectivos a cumprir com a formação.

Na primeira sessão, à qual vai ser dedicado este post, falámos da apresentação das diferentes sessões e da metodologia científica. Refletimos sobre as bases em que assenta a aprendizagem cosntrutivista como ponto de partida para “Abrir as perspectivas dos nossos alunos”. Pretende-se desenvolver seres curiosos e assim, mentes curiosas.

Mas afinal como se pode trabalhar Ciência com os nossos alunos?
Nesta sessão falámos na importância de seguir o seguinte método com as nossas crianças:
- Ponto de partida
- Planeamento da pesquisa (pergunta, problema, definição do que se quer saber e como fazer, definir a necessidade ou não de realizar uma actividade experimental – definir hipótese, material necessário, procedimento, registo de dados com desenho, aceitar a hipótese, conclusão, montagem de nova experiência ou não.
- Organizar dados
- Comunicar dados.

Considerando que um dos objectivos desta formação é ampliar o nosso conhecimento para melhorar as nossas práticas, resolvi deixar alguns apontamentos sobre os objectivos e finalidades da Educação em Ciências  Práticas pedagógicas no Ensino das Ciências.

Objectivos e finalidades da Educação das Ciências

Galvão et al (2006) nomeiam quatro argumentos que Osborne (2000) encontrou para justificar a importância do ensino das ciências: 1) o argumento utilitário, que se baseia no princípio de que os alunos podem usufruir do conhecimento científico em seu benefício, no dia-a-dia; 2) o argumento económico, que consiste na preparação de cidadãos profissionais na área das ciências, capazes de manter a sociedade tecnologicamente avançada e competitiva; 3) o argumento cultural, onde se entende que a cultura vai para além dos campos da literatura, da filosofia, entre outras, estendendo-se aos campos científicos e que se reflecte numa atitude mais responsável e consciente dos cidadãos nas intervenções junto da sociedade; 4) o argumento democrático, que considera que numa sociedade democrática os cidadãos devem desenvolver as suas capacidades de argumentação nas constantes relações CTSA. “O ensino das ciências pode contribuir para o desenvolvimento do espírito crítico e da responsabilidade indispensáveis para que cada um possa tomar decisões fundamentadas e participar nos desafios que se colocam à sociedade.” (idem, p.20). Pretende-se que todos os cidadãos tenham uma palavra fundamentada a dizer, não recaindo o poder da decisão apenas sobre políticos e cientistas.


Práticas Pedagógicas no Ensino das Ciências

Os National Science Education Standards (1996) consideram que a Ciência é para aprender de uma forma activa “Learning Science is something students do, not something that is done to them.” (idem, p.20). Trata-se então de um processo activo em que o aluno está envolvido fisicamente (“Hands-on”) e mentalmente (“Mind-on”). Os professores passam a envolver os alunos em investigações orientadas, em que os alunos interagem com os professores e com os seus pares. Assim, relacionam a Ciência corrente com o conhecimento científico. Aprendem Ciência colocando novas questões, utilizam estratégias de resolução de problemas, planeiam e tomam decisões em grupo. No mesmo documento pede-se que os alunos, para além de desenvolverem capacidades de observação, infiram, experimentem e questionem. Através do questionamento, os alunos descrevem objectos e eventos, colocam problemas, constroem possíveis explicações e testam essas explicações, confrontando as suas ideias com as dos outros, identificam as suas concepções, usam um raciocínio lógico e crítico e consideram explicações alternativas. Claro que para desenvolver todas estes skills, os professores necessitam de usar diferentes estratégias.


Miguéns e Serra (2000) chamam a atenção para o facto de que os alunos não aprendem a investigar só por participarem em trabalhos investigativos. Na verdade, consideram que é essencial ensinar a investigar. Anteriormente cabia ao professor centrar todo o ensino em si, ensinando ciências pela exposição, demonstração, ilustração e descrição de fenómenos, teorias e conceitos. Agora os professores “(…) têm que organizar actividades práticas que permitam a experiência e o fazer, mas também ajudar os alunos a compreender os conceitos científicos, as ideias, os modelos e a construir significados das próprias actividades (…)” (idem, p.563). O professor surge, agora, como um provocador e orientador do ensino, em grupos cooperativos de trabalho. O professor planeia as actividades com vista a provocar nos alunos a reflexão, a discussão e a compreensão de conceitos relacionados com o conhecimento procedimental e epistemológico da Ciência. É, assim, conforme sugestão dos autores, que para ensinar a investigar, têm que se realizar actividades em que os alunos têm contacto com equipamentos mais ou menos complexos, sendo também fundamental o aprender a interagir com os colegas e professores, para se desenvolver a capacidade de argumentação e para se conseguir ver o problema por vários prismas.

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