domingo, 29 de janeiro de 2012

Sessões III e IV

Estas duas sessões foram realizadas no mesmo dia. A primeira foi no mercado de Alvalade e a segunda no Pavilhão do Conhecimento. O objetivo era desenvolvermos conhecimentos sobre a existência entre os diferentes peixes e capacidades para podermos explorar essas diferenças com os nossos alunos.

Na sessão III pudemos observar as bancas de peixe, observar as diferenças entre os peixes e questionarmo-nos sobre elas. Teorizámos em conjunto sobre elas, esclarecemos as dúvidas com as formadoras e com as peixeiras.
Foi uma saída de campo muito interessante.
Gostei particularmente de perceber as diferenças entre os peixes quanto à forma, coloração, revestimento, espécies…






Na sessão IV observámos os peixes comprados no mercado e tivemos oportunidade para estudar de forma mais pormenorizada algumas características, como a bexiga natatória e a localização de alguns órgãos.



Relatório científico

De acordo com os protocolos científicos já realizados no âmbito de outras atividades experimentais, os alunos realizaram o seguinte protocolo experimental, cujo exemplar de um aluno digitalizei. Refere-se à experiência “Ovos sem casca?”
Esta experiência encontra-se documentada no post anterior.

Esta foi uma experiência muito positiva para os meus alunos. Para além dos conhecimentos que adquiriram, ficaram sensibilizados para a necessidade de uma higiene oral regular e correta. É de salientar ainda o impacte que teve junto dos mesmos alunos irem realizar esta atividade junto dos colegas de 4.ºano. Porque "também se aprende fazendo".

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Trabalho prático

Respondendo à sugestão da Formadora Raquel, tentei desenvolver junto dos meus alunos uma actividade experimental, representante do que se pretende com o Ensino das Ciências.
Admitindo que não cumpre todos os requisitos da metodologia científica e que apresenta algumas lacunas, gostava de partilhar o que fiz com os meus alunos do 6.º ano.
No mês de Novembro leccionei o tema “Sistema digestivo” cujo último conteúdo se prende com a higiene do sistema digestivo, nomeadamente dos dentes. Ora, todas as crianças sabem que devem ter uma higienização adequada desde muito cedo. Mas raramente conseguem perceber os efeitos de uma descuidada higiene oral. Assim, resolvi procurar uma actividade que os levasse a perceber o efeito de um comportamento tão nefasto. Encontrei a seguinte actividade num manual da Sebenta:


Os meus alunos realizaram esta actividade e foram registando, ao longo das semanas, o que observaram tendo no final chegada a conclusões.

No âmbito da semana da Ciência, no mês de Novembro, os alunos do 6.º ano foram dinamizar esta mesma actividade às turmas do 5.º ano.

Movimento da Escola Moderna

O Movimento da Escola Moderna pratica um modelo muito similar ao que se pretende desenvolver em sala de aula,no ensino das Ciências:
- A centralização do ensino na resolução de problemas;
- A criação, na sala de aula dum meio social e materialmente estimulante das descobertas das crianças;
- O aproveitamento de situações do quotidiano para trabalhar os conteúdos programáticos;
- O desenvolvimento de actividades programadas para trabalhar trabalhar a elaboração de um determinado conceito;
- A criação de situações de discussão, confronto e partilha das estratégias encontradas pelascrianças para a resolução d eum problema;
- O desenvolvimento de projectos pessoais e de grupo.
Adaptado do artigo de Manuela Castro Neves
 in Revista do Movimento da Escola Moderna, n.º27

Pode encontrar mais informações sobre este modelo na página oficial http://www.movimentoescolamoderna.pt/

1.ª Sessão

A apresentação destas duas sessões não se encontra por ordem cronológica. O post anterior refere-se à segunda sessão, onde foi criado este blog. Aproveitei e apresentei os conteúdos a desenvolver e objectivos a cumprir com a formação.

Na primeira sessão, à qual vai ser dedicado este post, falámos da apresentação das diferentes sessões e da metodologia científica. Refletimos sobre as bases em que assenta a aprendizagem cosntrutivista como ponto de partida para “Abrir as perspectivas dos nossos alunos”. Pretende-se desenvolver seres curiosos e assim, mentes curiosas.

Mas afinal como se pode trabalhar Ciência com os nossos alunos?
Nesta sessão falámos na importância de seguir o seguinte método com as nossas crianças:
- Ponto de partida
- Planeamento da pesquisa (pergunta, problema, definição do que se quer saber e como fazer, definir a necessidade ou não de realizar uma actividade experimental – definir hipótese, material necessário, procedimento, registo de dados com desenho, aceitar a hipótese, conclusão, montagem de nova experiência ou não.
- Organizar dados
- Comunicar dados.

Considerando que um dos objectivos desta formação é ampliar o nosso conhecimento para melhorar as nossas práticas, resolvi deixar alguns apontamentos sobre os objectivos e finalidades da Educação em Ciências  Práticas pedagógicas no Ensino das Ciências.

Objectivos e finalidades da Educação das Ciências

Galvão et al (2006) nomeiam quatro argumentos que Osborne (2000) encontrou para justificar a importância do ensino das ciências: 1) o argumento utilitário, que se baseia no princípio de que os alunos podem usufruir do conhecimento científico em seu benefício, no dia-a-dia; 2) o argumento económico, que consiste na preparação de cidadãos profissionais na área das ciências, capazes de manter a sociedade tecnologicamente avançada e competitiva; 3) o argumento cultural, onde se entende que a cultura vai para além dos campos da literatura, da filosofia, entre outras, estendendo-se aos campos científicos e que se reflecte numa atitude mais responsável e consciente dos cidadãos nas intervenções junto da sociedade; 4) o argumento democrático, que considera que numa sociedade democrática os cidadãos devem desenvolver as suas capacidades de argumentação nas constantes relações CTSA. “O ensino das ciências pode contribuir para o desenvolvimento do espírito crítico e da responsabilidade indispensáveis para que cada um possa tomar decisões fundamentadas e participar nos desafios que se colocam à sociedade.” (idem, p.20). Pretende-se que todos os cidadãos tenham uma palavra fundamentada a dizer, não recaindo o poder da decisão apenas sobre políticos e cientistas.


Práticas Pedagógicas no Ensino das Ciências

Os National Science Education Standards (1996) consideram que a Ciência é para aprender de uma forma activa “Learning Science is something students do, not something that is done to them.” (idem, p.20). Trata-se então de um processo activo em que o aluno está envolvido fisicamente (“Hands-on”) e mentalmente (“Mind-on”). Os professores passam a envolver os alunos em investigações orientadas, em que os alunos interagem com os professores e com os seus pares. Assim, relacionam a Ciência corrente com o conhecimento científico. Aprendem Ciência colocando novas questões, utilizam estratégias de resolução de problemas, planeiam e tomam decisões em grupo. No mesmo documento pede-se que os alunos, para além de desenvolverem capacidades de observação, infiram, experimentem e questionem. Através do questionamento, os alunos descrevem objectos e eventos, colocam problemas, constroem possíveis explicações e testam essas explicações, confrontando as suas ideias com as dos outros, identificam as suas concepções, usam um raciocínio lógico e crítico e consideram explicações alternativas. Claro que para desenvolver todas estes skills, os professores necessitam de usar diferentes estratégias.


Miguéns e Serra (2000) chamam a atenção para o facto de que os alunos não aprendem a investigar só por participarem em trabalhos investigativos. Na verdade, consideram que é essencial ensinar a investigar. Anteriormente cabia ao professor centrar todo o ensino em si, ensinando ciências pela exposição, demonstração, ilustração e descrição de fenómenos, teorias e conceitos. Agora os professores “(…) têm que organizar actividades práticas que permitam a experiência e o fazer, mas também ajudar os alunos a compreender os conceitos científicos, as ideias, os modelos e a construir significados das próprias actividades (…)” (idem, p.563). O professor surge, agora, como um provocador e orientador do ensino, em grupos cooperativos de trabalho. O professor planeia as actividades com vista a provocar nos alunos a reflexão, a discussão e a compreensão de conceitos relacionados com o conhecimento procedimental e epistemológico da Ciência. É, assim, conforme sugestão dos autores, que para ensinar a investigar, têm que se realizar actividades em que os alunos têm contacto com equipamentos mais ou menos complexos, sendo também fundamental o aprender a interagir com os colegas e professores, para se desenvolver a capacidade de argumentação e para se conseguir ver o problema por vários prismas.