quarta-feira, 18 de abril de 2012

Balanço

Considero que a formação foi além dos objectivos inicialmente propostos, pois para além de promover o desenvolvimento de competências que introduzem conceitos de Ciências nos primeiros níveis, permitiu também a aquisição desses conceitos pelos próprios professores. Considerando que a formação inicial da maior parte do formandos foi realizada em ESES, a fundamentação científica revelou-se de extrema importância.

Foi importante a partilha a pares e a realizada com a formadora. Percebeu-se, mais uma vez, que a forma de trabalhar nos dois ciclos (1.º e 2.º) é diferente, o que permite uma melhor compreensão e valorização do trabalho de cada colega.

Quanto ao trabalho desenvolvido por mim, apesar dos trabalhos não estarem directamente relacionados com o programa do ano que lecciono, julgo ter conseguido desenvolver actividades que permitissem a exploração de competências mais gerais, articulando o programa de ciclo. Uma mais valia foi envolver todas as colegas e respectivas turmas de 6.ºano.

A interacção dentro do grupo, a partilha diversificada de experiências e o aumento da literacia foram o grande triunfo desta formação.

Boa sorte e bem hajam a todas!!!

domingo, 15 de abril de 2012

Conchas e algários



Uma das sessões foi dedicada à observação de conchas e elaboração de um algário.
Recolhemos informação para transmitir aos nossos alunos e, nós próprios, clarificámos dúvidas. A concha trata-se de um esqueleto externo, que cresce à medida que o animal que tem dentro se desenvolve. É formada por aragonite e calcite.

Aprendemos ainda a secar algas e a elaborar um algário.

Foi muito importante a presença de livros que nos ajudavam a classificar conchas e algas, tarefa muitas vezes difícil.

A amêijoa

Numa das sessões estudámos este bivalve. São caracterizadas por não apresentarem cabeça mas 2 sifões.
Vivem enterradas na areia e só com maré cheia é que entram em actividade.
O organismo é protegido por um esqueleto externo: a concha.
As amêijoas que comemos têm normalmente 2 anos. As que vêm de viveiros sofrem um processo chamado “depuração”, na qual as amêijoas são purificadas.

Diários Gráficos


Esta sessão foi uma agradável surpresa. Falámos da importância de registar a informação e o desenho num diário.
Ninguém melhor para nos sensibilizar para esta questão que a presença do Eduardo Salavisa. Uma figura conhecida pelos desenhos que publica em revistas ou jornais. Um pintor cujos desenhos são muito característicos.

No ar deixou umas frases sobre diários gráficos. Frases dele ou de pintores/ escritores que utilizam frequentemente esta metodologia de trabalho.
- O diário gráfico cristaliza o momento, fica na memória.
- É um receptáculo de memórias.
- É um laboratório portátil.
- É um espaço de liberdade.
- É um campo de experimentação.
- É uma forma de comunicar com os outros.
- Várias maneiras de registar percursos, viagens, sequências de factos…
- É um espaço de erro.
(Pedro Salgado, um dos desenhadores científicos mais conhecidos)

“Nós próprios temos de desenvolver o naturalista que há em nós”.

http://diario-grafico.blogspot.pt/
Depois da visita à praia das avencas, seguiu-se uma sessão para observar e discutir informação sobre algum material marinho recolhido.


Os equinodermos, como a estrela-do-mar, o ouriço ou o pepino-do-mar, apresentam simetria pentaradiada, ânus e boca em faces opostas e ganham turgidez/ força quando se sentem ameaçados.

Os anelídeos apresentam o corpo em forma de anéis e deslocam-se com movimentos do corpo.

Como exemplos de moluscos temos os mexilhões, as lapas e as liturinas, cujo corpo é mole mas revestido por uma ou duas conchas.

Percebemos ainda a composição das esponjas, que são o animal mais simples que se conhece. A água entra dentro do organismo por um abertura, a água circula por todo o animal de forma a água chegar a todas as células, saindo posteriormente a água para o exterior.


A cor do fundo do mar tem a ver com a existência de matéria orgânica na água. Se existir mais matéria orgânica, a água ficará esverdeada, senão azulada.
Grande parte dos animais marinhos vive em dois tipos de marés: na baixa e na alta.

Foi ainda possível observar os tentáculos do ouriço do mar, que servem de sensores.

Sessão na Praia das Avencas

Numa bela manhã de sábado, com encontros e desencontros, lá nos encontrámos na praia das avencas. A maré estava a baixar, as galochas coloridas marcavam presença, as máquinas estavam prontas a disparar e a curiosidade era muita. Apetecia mesmo estar juntar ao mar, naquela manhã primaveril de Inverno.


Muita informação foi retirada. Eis um pequeno resumo:
- As manchas nas rochas à beira mar são um tipo de algas.

- Existem 3 zonas diferentes na plataforma, estando cada animal adaptado a uma dessas zonas.
- A diversidade varia da terra para o mar, assim como na diagonal. Os indivíduos que encontramos variam assim como o seu número.
- Nas zonas mais escuras e mais húmidas, verifica-se o aumento do número de indivíduos.
- As cracas não são uma rocha mas um ser vivo.

- As anémonas são carnívoras. Lançam um veneno que paralisa o peixe.

- Os mexilhões são filtradores, vivendo nas rochas. Têm de sobreviver à falta de água na maré baixa e ao batimento das ondas, assim como as lapas.

- As estrelas-do-mar reproduzem-se por fragmentação e podem praticar o auto canibalismo.

Foi sim senhora, uma manhã bem passada :)




Sessão V

Infelizmente não pude frequentar esta sessão. Como as minhas colegas me deixaram “espreitar” os apontamentos, aqui fica uma ideia geral do que aconteceu.

Nesta sessão, discutiu-se a melhor forma de levar as crianças a criar o seu plano de construção de peixes, com materiais recicláveis. Por exemplo, a construção de uma lampreia:
Tem de se ter em atenção os seguintes aspectos na elaboração do plano:
- forma- cilíndrica, porque vive nas profundezas.
- escamas – sem escamas porque vive em buracos.
- boca – com ventosas para se agarrar ou fixar.
- cor – clara no ventre e escura no dorso.
- migrador – não se reproduz onde nasceu.

O passo a seguir, é definir os materiais que são necessários.
No caso da lampreia, o corpo poderia ser feito de plasticina. Ou a estrutura poderia ser feita em arame, forrada com jornal e cola branca, e de seguida pintada. As ventosas e os olhos poderiam ser feitos com material reciclado recolhido pelos alunos.

Ainda neste tipo de trabalho, os professores e alunos devem pensar como dar visibilidade ao trabalho desenvolvido, para o impacte não se restringir à sala de aula.
Nesta sessão houve ainda uma partilha de livros de histórias e informação sobre ambientes marinhos.

Visita de Estudo ao Mercado

Foi um momento de aprendizagem a ida ao mercado. Muitos dos alunos já conheciam o espaço e sentiam-se à vontade para dar explicações e questionar professoras e peixeiras.
                     A D. Florinda respondia a uma questão, fazendo um desenho na parede.
                                 Os alunos davam respostas às questões do guião.

             A peixeira cortou uma raia para os alunos poderem ver como é por dentro.

Uma actividade com os alunos

Depois das duas últimas sessões, comprometi-me a desenvolver uma actividade com os meus alunos que fosse ao encontro de um pedido da representante dos Encarregados de Educação: aproximar a escola da comunidade envolvente, nomeadamente do mercado da Brandoa.
Sabendo que a morfologia dos peixes é leccionada no 5.º ano, para realizar esta visita com alunos do 6.º ano tinha de apresentar objectivos e competências transversais de Ciências da Natureza, como o desenvolvimento da observação, do espírito crítico, do desenho e dos conteúdos aprendidos ao longo do ciclo. Tinha ainda que envolver a comunidade escolar com o meio envolvente, principalmente com as peixeiras.

Comecei por estabelecer contacto com a representante dos Encarregados de Educação, que serviu de ponte com a direcção do Mercado Municipal da Brandoa. Seguiu-se o desenvolvimento de um calendário em que todas as turmas pudessem visitar o mercado.


Turma
Dia
Hora
Disciplina
Professores Acompanhantes
6.º A
20 de Janeiro Sexta
11.50
EA
Alexandra e Susana
6.º B
17 de Janeiro Terça
10.05
EA
Susana Salgueiro e Fátima
6.º C
20 de Janeiro Sexta
8.20
EA
Susana e Céu
6.º D
18 de Janeiro Quarta
10.05
EA
Zulmira e Cláudia
6.º E
27 de Janeiro Sexta
11.50
EA
Zulmira
6.º F
 18 de Janeiro Quarta
10.50
CN
Susana
6.º G
25 de Janeiro Quarta
10.05
EA
Hermínia e Susana
6.º H
18 de Janeiro Quarta
11.50
EA
Susana  e Graça
6.º I
24 de Janeiro Terça
10.05
EA
Margarida e Carla
6.º J
25 de Janeiro Quarta
8.20
EA
Ana e Carla
6.º K
20 de Janeiro Sexta
10.05
EA
Ana e Susana


Para os alunos terem uma orientação na visita de estudo, levaram um pequeno guião, que ia ao encontro dos objectivos formulados para esta visita de estudo.

Posteriormente este guião foi corrigido com a professora de Ciências, tendo-se esclarecido equívocos e cimentado aprendizagens.



Todas as turmas de 6.º ano realizaram a visita numa aula de Estudo Acompanhado, de 90 minutos. O saldo foi francamente positivo para alunos, professores e peixeiras. Uma actividade para repetir no próximo ano.

Ainda sobre as sessões III e IV

Ao reler o último post, existem aspectos sobre os quais gostaria de reflectir, já que o considero “fraco” face às aprendizagens realizadas.
Tenho de salientar o diálogo rico que se estabeleceu sobre as diferenças encontradas nos peixes. Pudemos identificar e perceber a função de barbatanas, pela observação da sarda.
Todas achámos curiosa a distinção entre a sarda e a cavala (a sarda não tem sardas e a cavala tem).
                                                                       Sarda
                                                       Cavala

Falámos das reentrâncias que os golfinhos apresentam quanto aos mamilos e aos órgãos genitais.
Nos golfinhos, o sono é leve. Só metade do cérebro pára. A outra parte está activa, controlando a respiração.

Fizemos a distinção entre peixes com esqueleto ósseo (com bexiga natatória e opérculo) e com esqueleto cartilagíneo (boca ventral, escamas que parecem lixas, fendas branquiais e sem bexiga natatória).

Nesta sessão foi muito importante a prontidão da Prof. Raquel em nos mostrar imagens das curiosidades que íamos descobrindo.

Na IV sessão ainda foi sugerido um trabalho com os alunos que englobasse as seguintes etapas:
- pedir para os alunos desenharem um peixe (neste desenho podem surgir golfinhos, surgindo aí a necessidade de explicar a diferença entre mamíferos e golfinhos).
- Levar para a aula dois peixes fisicamente distintos e questionar os alunos sobre a forma e o revestimento, relacionando com o meio onde o peixe se move.
- Abrir o peixe para os alunos perceberem se ele “flutua ou não”, isto é, se apresenta bexiga natatória ou não.
Neste ponto pode salientar-se que o tubarão não tem bexiga natatória porque não a desenvolveu na sua evolução. Possui uma bolsa de óleo, que como é menos denso que a água, permite o tubarão flutuar. Os tubarões que vivem na superfície não podem parar porque senão “afundam”. Os que vivem no fundo dos oceanos, dormem repousados em grutas.

Os tubarões têm uns sensores na cabeça que lhes permite detectar as vibrações na água, funcionando como estímulos eléctricos.
Eles podem ser ovovíparos ou ovíparos.

Agora sim, as sessões III e IV estão completas.